Espiritualidade
Muita gente acredita que espiritualidade é
simplesmente ir à igreja ou templo, seguir seus dogmas e etc. Não,
espiritualidade vem a ser muito mais do que isso, é o nosso relacionamento com
o outro e com o meio em que vivemos. A partir do princípio que Deus se
manifesta através do próximo tendo um bom relacionamento com ele estamos nos
relacionando com nosso poder superior.
Religiosidade é seguir os preceitos de
determinada igreja, frequentá-la e também acreditar na experiência que o outro
tem de Deus, espiritualidade é acreditar em sua própria experiência. Muitos acreditam
ser necessários rituais para estar em contato consciente com seu poder
superior, não é assim, praticamos rituais de passagem, de oração ou de
religiosidade e eles não funcionam, talvez seja por não estarmos depositando fé
neles, apenas seguindo um ritual. Precisamos deles, mas cada um tem a sua forma
específica de orar.
Diz um
conto sufi que uma grande catástrofe ameaçava uma aldeia do Oriente e os
anciãos foram à determinada clareira, acenderam o fogo, entoaram certos
cânticos, pediram proteção e foram atendidos. Gerações se passaram e o perigo
voltou. Um ancião foi para a mata, acendeu o fogo e disse: “Senhor, não conheço
os cânticos, nem sei a oração certa, mas, por favor, nos proteja”, no que foi
atendido. Mais um tempo se passou e o perigo voltou. Um homem entrou na mata e
pediu: “Pai, não sei o lugar, não sei acender a fogueira, nem os cânticos e as
orações, mas, por misericórdia, nos salve”. E foi atendido.
Não importa a forma, e sim que tenhamos fé e que funcione
para nós. Não devemos exigir provas, já que a nossa própria existência é a
maior prova, mas devemos ter a mente aberta para percebermos a sua manifestação
e lembrar que, por mais difícil que possa parecer à situação vivida, ela
poderia ser muito pior.
É necessário cuidar da parte espiritual, acreditando e
confiando em um Poder Superior, seja ele qual for, desde que seja amoroso, que
irá gradativamente tirar o indivíduo do centro do Universo, tornando- o parte
dele, de algo maior. Vários dos Doze Passos (o segundo, terceiro, sexto, sétimo
e o décimo primeiro) nos falam sobre um Poder Superior, um contato consciente
com “Ele”. Um tempo deve ser reservado para Ele também ou não há recuperação,
lembrando que sozinho não conseguirá nada e que precisa de ajuda.
Como se pode comprovar, a maioria das pessoas, sejam
adictas ou não, não vive equilibradamente. Esta é a vantagem do adicto, para
ele não é opção, e sim vida ou morte, é obrigado a viver em harmonia consigo,
com Deus e com o meio em que vive.
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